Bangalore: da tradicional tatuagem de henna à alta-tecnologia


Mercados: de rua; o novo mercado; o velho mercado; o mercado Ghandi; o mercado das flores. Os Sarees, as cores, as carteiras e sapatos, os brinquedos, as bananas, os caris, em todas as suas cores. Uma flor para a Mia. É a Índia a entrar-nos pelos olhos.

Depois vem a rua comercial, onde se exibem os reclames luminosos das grandes marcas que os nossos olhos já sabem de cor, de tão acostumados a avistar em qualquer cidade europeia. E com isto quase nos esquecemos que estamos na Ásia, que estamos na Índia [e nós não queremos esquecê-lo].

Somos salvos pela comida no Shree Sagar: um butter naan, um paneer tikka masala e um zera rice e facilmente o palato nos desengana e sentimos a Índia a cada pedacinho, a cada grão de arroz que engolimos.

Entre ruas movimentadas e confusas somos levados – pelos caminhos desenhados pelo incenso no ar – a um dos muitos templos que por aqui se mantêm. Observamos antes de avançar. Vemos as mulheres: cobrem cabeça e ombros e tocam três vezes no chão, levando a mão à testa de cada vez, antes de entrarem no templo. Entrámos também, repetimos os gestos, lá dentro, face à estátua de Buda, sentam-se no chão e espalham arroz, com os dedos desenham e no centro do desenho colocam: fotografias, moedas, ouro, enquanto dizem a sua prece baixinho.

[Nós observamos, a Mia connosco].

Voltámos às ruas e aos mercados, precisamos de um café e de novo somos roubados à Índia e instala-se uma espécie de momento americano com um café longo e um brownie a acompanhar no Café coffee day, que nasceu exactamente aqui, em Bangalore, mas tem muito pouco de Índia. E depois de uma boa dose de caféina saltámos de novo para a Índia e assim se realizam dois sonhos, desta meus, um deles desvendarei num próximo post o outro partilho aqui, uma tatuagem de henna – Shiva Mehandi Art – e confesso que o meu ar de felicidade vos contará, melhor do que as palavras, que poderia bem ficar com ela para sempre.

E foi assim que passámos por Bangalore, nesta alternância entre o caos e as cores que tão bem contam a Índia e as cadeias internacionais que facilmente nos levam até à América ou à Europa, sem qualquer pedido de autorização. O contraste é grande para quem chega de Goa, afinal, Bangalore é a terceira cidade mais populosa da Índia e uma das mais populosas do mundo. Conhecida internacionalmente por ser uma das cidades mais empreendedoras do mundo e o principal hub de alta-tecnologia e telecomunicação da Índia, por isso é apelidada da Silicon Valley da Ásia. O que não a liberta de problemas como a poluição, o trânsito caótico e os conflitos sociais e económicos.

E daqui seguimos para Jaipur, a cidade rosa.
Encontramos-nos por lá – em palavras e imagens.


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