Fechamos os olhos e imaginamos o deserto do Rajastão – e uma cidade que começa a emergir dessas terras despidas. Nesse momento entra o primeiro personagem da nossa história, o marajá Sawai Jai Singh II e, sob suas ordens, toda a cidade é pintada de rosa: das suas muralhas de protecção a cada uma das suas casas.
E não é apenas o nosso imaginário a construir castelos na areia, a inspiração vem de uma história que data de 1728. Hoje bastará viajar até à Índia para podemos visitar essa Cidade cor-de-rosa ou Cidade dos marajás, e se o fizermos estaremos na capital e maior cidade do Rajastão, e é assim que vos damos as boas-vindas a Jaipur.
Passámos as muralhas! – abram os olhos, vão precisar deles, na verdade precisámos de todos os nossos sentidos bem alerta para não perdermos nada, para (sobre)vivermos (a) tudo.
Tudo se passa dentro da muralha, a vida está ali, os segundos, os minutos e horas, dia após dia, a decorreram num caos sem igual, mas que se repete a si mesmo – no improviso – e se mostra funcional. Aqui é a total ausência de silêncio, de regra, de ordem.
São Vacas, macacos, cães, cabras e camelos, todos juntos. É o palácio sobre a água – Jal Mahal no meio do lago Man Sagar – com as suas pombas que esvoaçam diante dos nossos olhos, a lembrar-nos das asas: as delas, as nossas. É o palácio de vento – Hawa Mahal, mesmo no centro da cidade, com as suas quase 1000 janelas, das quais, as senhoras da realeza podiam ver sem ser vistas, numa espécie de panóptico sobre as ruas, os transeuntes e toda a sua agitação.
Ali perto, há uma torre alta que serve de miradouro – Iswari Minar – de onde se pode ver a cidade de cima (com o custo de 200 rupias), mas, se tiverem a mesma sorte que nós, pelo caminho cruzar-se-ão com um dos moradores dos prédios em redor e serão convidados a subir ao pátio do último andar e daí conseguirão uma vista panorâmica sobre a cidade. Nesse momento perceberão, como nós, que continuam a ouvir-se: as buzinas – na total ausência de regras de condução; as vozes – que nunca se calam, que se substituem, que se acrescentam, que se atropelam, que se renovam; continua o manto sem fim de cores vivas que saltam dos sarees das senhoras; e continuam as vacas, as pombas, os camelos, os cães e os macacos e os mercados sem fim: em lugar certo ou improvisados sobre um tecido que se estende no chão.
Tudo acontece ali, dentro das muralhas da cidade cor-de-rosa. E por muito que o vosso imaginário vos prepare e as nossas palavras e imagens o alimentem, terão de cá vir para saberem que tudo o que possamos contar-vos e partilhar convosco será muito pouco, quase nada, em relação ao que sentirão quando atravessarem estas muralhas e se permitirem viver Jaipur,
Que feliz que eu fui nesta cidade. Que linda que estás.
Aiiii, também eu (nós) e confesso que voltava, pelo menos uma vez por ano. Obrigada, um beijo gigante desta para essa casa desenhada 😉
Fiquei apaixonada pela vossa fotografia com os pombos.
Filipa, é mesmo uma das minhas fotografias preferidas…de sempre 🙂
Absolutamente fascinante*
São viagens admiráveis as que faço com a vossa família*
Muitíssimo obrigada por partilharem tanta beleza*
isabel ropio
Que bom sabê-lo, Isabel. Obrigada pelo feedback é sempre maravihoso perceber a sensibilidade que há desse lado para sentirem e viajarem através das nossas palavras e imagens. A seguir seguimos para Puskar. Beijinhos.
Fotos lindas pela minha adorada Índia.
Parabéns pelo Blog, e pela linda Mia 🙂
Beijinhos,
Paula Calheiros (Viver o Porto)
Muito obrigada, querida Paula. Foi um grande prazer conhecer-te. Um grande beijinho desta casa.