Somos uma família – nós e a nossa pequena Mia – com um desejo: viajar pelo mundo. Pôr os pés à conversa com terras desconhecidas. Será a partir de setembro: seremos uma casa com seis pés (ou quatro – quando os mais pequeninos, já cansados, quiserem balançar-se ao ritmo do colo) e de braços e olhos bem abertos, para abraçar o mundo.
É este o nosso conceito de família, a forma como vivemos o ser família. Entendemos que uma casa está sempre em construção, renovação, em constante processo de crescimento, não para ser maior, mas para ser mais próxima daqueles que acolhe. E a casa que lhe queremos construir é esta: que se renova em novos chãos e tem um telhado aberto ao céu, feito de um sol laranja gigante. Uma casa que tem braços e pernas que nos permitem tocar um elefante e caminhar – lado a lado – com ele. Uma casa que tem paredes que trocam o cimento e a tinta por estórias, pessoas, rostos, odes e tradições de cada nova morada que conheçamos. É esta a casa que lhe queremos dar, que queremos dar-nos, nós estaremos sempre dentro dela e não consigo imaginar uma casa mais cheia, mais bonita.
A porta de entrada desta nossa casa será o blog menina mundo, lugar de encontro entre essa casa que somos e construímos a cada dia e as casas dos que nos são mais queridos, e de todos aqueles que queiram connosco viajar e partilhar das nossas aventuras.
Vamos ver e registar o crescimento da nossa menina-mundo. Vamos vê-la explorar os diferentes ‘mundos’ que vamos descobrindo; vamos vê-la brincar com as(os) meninas(os) desses mundos novos aos quais passaremos a pertencer: meninas(os) que serão diferentes, dela e entre si, mas que – consigo já imaginar – se entenderão em sorrisos fartos, gargalhadas soltas, olhos curiosos, correrias e vontades do impossível.
Imagino-a crescer tanto (em pernas e braços, claro está) que a diferença desmedida, no início da viagem, entre as pegadas dos elefantes e as suas me parecerá bem mais pequena no regresso. Mas também, crescer em liberdade, em aceitação, em tolerância e, sobretudo, em amor ao outro e isto é crescermos em coração e Ser.
Ao compasso do vivido, iremos contar-vos, em palavras e imagens, tudo isto.
P.S. Os sonhos nunca devem ter limites de espaço ou tempo, e, por isso, apenas temos viagem de ida e um primeiro destino onde queremos pousar, o sudeste asiático. O regresso será ditado (já não pelo sonho) pela matemática e pela economia, contingências às quais não conseguimos escapar.